Assistindo a um programa de TV
observei, boquiaberto, cenas de crianças pregando em templos com se fossem os
“tarados” pastores de determinadas religiões. Elas conduziam rituais e
pregações à semelhança e para orgulho dos pais ou “responsáveis” e eram
acompanhadas por uma multidão de inconsequentes, os fanáticos seguidores. Estas
crianças foram domesticadas, treinadas e doutrinadas ao extremo, como se o seu
Deus estivesse feliz pelos comportamentos e atitudes. Com certeza, o
adestramento destas crianças só é possível devido à sua total incapacidade de
questionamento das informações passadas pelos pais, pelo fato de estarem
agradando-os e por confiarem nos seus “responsáveis”. A maioria das crianças
não gosta de ir à igreja. Geralmente só vão obrigadas, por imposição dos pais
ou por medo da própria religião, por estarem pecando e,consequentemente, serem
punidas pelo seu Deus. Olha o inferno!!!! Muitas vezes,os pais nem percebem que
isto está acontecendo, devido ao fanatismo e ao radicalismo.
Estas
crianças, verdadeiros “bichinhos de estimação” são armas de uma criação
forçada, o que pode gerar grandes problemas no futuro. Grandes conflitos foram
e são registrados por questões religiosas, onde pessoas colocam suas crenças
acima da vida humana. Olhe a história de conflitos entre Judeus e Palestinos.
Hoje sabemos que muitos radicais religiosos decidem morrer por um Deus, por sua
causa, tendo benefícios de viver uma “vida eterna” com muitas virgens!!!!! Eu,
novamente, volto a comparar a religião cega e radical de alguns com o futebol.
Esta semana aconteceu um jogo importante no Campeonato Brasileiro: Flamengo e
Corinthians. Dias antes, pessoas dos dois times estavam rezando para o seu time
ganhar. Quem será que Deus iria ajudar? Ele gosta mais dos flamenguistas ou dos
corintianos? Ou depende da força da reza
de cada um e Deus fica como um juiz: este rezou mais forte? Ou foi este? É uma
pobreza de fé! Ah, sim... o Corinthians ganhou de 2x1.
A
fé irracional é um problema em todo o mundo. Segundo Richard Dawkins, “a fé age como um vírus que afeta os
jovens... que infecta geração após geração ”(http://www.youtube.com/watch?v=LzXAaY9TWek).
Eu acho que a fé burra toma este caminho, porque acredito em uma fé positiva
“do bem”. Só não entendo como determinados povos ainda continuam com uma
doutrina tão radical, junto aos quais escolas ensinam antigas mitologias como
se fossem verdades atuais. Ainda ensinam que Deus criou Adão do barro e Eva de
sua costela (Adão e
Eva), que ocorreu um dilúvio global (O dilúvio), que a
Terra só existe há menos de 10 mil anos (Idade da Terra),
entre tantas lendas bíblicas que foram didáticas para a época em que foram
escritas. Existem escolas que refutam radicalmente a Teoria da Evolução e
seguem o Gênesis bíblico como a única verdade, como se estivessem com um “anteolhos da cabeçada” de um cavalo.
Pobres crianças, frutos destas mentes doentias, carregarão para sempre as
cicatrizes destes dogmas.
Eu
presenciei, acidentalmente, em uma praça, o deboche de um dito “pastor” em
relação a religiões diferentes da dele, onde este “pastor”, gritando (“Eta”
povo que grita!!!!), invocava os
demônios (que devem estar na sua consciência) contra o mal, outra doutrina ou
outra religião. Quem está certo? Volto a dizer que a pessoa só é católica
porque nasceu dentro de uma comunidade católica, se tivesse nascido na Índia
seria hindu ou budista, se tivesse nascido na China, portanto, seguiria
doutrinas completamente diferentes.
Em
um determinado carnaval em Nova Almeida, eu e alguns amigos criamos, por
brincadeira, uma seita: “Os borboletas
azuis”. Brincamos, nos divertimos e acabamos ficando bons nas pregações.
Chegamos a impressionar várias pessoas com nossas hipóteses. Acreditávamos que
o céu poderia cair sobre nossas cabeças (grande história em quadrinhos de
Asterix, o Gaulês). O poder de convencimento de alguns é um vírus na crença de
determinadas pessoas.
Certa vez,
uma senhora e seus dois filhos adultos chegaram perto e, brincando, falei: “Vocês sabiam que os maias acreditavam que o homem foi
criado da lama sem muito sucesso e, posteriormente, a partir de madeira, também
sem sucesso, e só depois dos dois fracassos, se cria o homem a partir do
milho?”. A senhora e seus filhos começaram a rir como deboche. No mesmo
instante falei: “Como vocês podem
acreditar, conforme cita a Bíblia, que o homem veio do barro e não como diz os
maias?”. A família me deu as costas e foram embora.
É
hora de questionar o abuso da inocência infantil com a utilização de ideias
supersticiosas de fogo do inferno e condenação. As raízes das religiões
radicais são cruéis e brutais. Nós adultos, muitas vezes não percebemos o mal
que podemos provocar às crianças. É comum, em todo o mundo, as crianças
seguirem automaticamente a religião dos pais, portanto, em alguns locais,
crianças judias, muçulmanas, católicas e protestantes vão às escolas separadas,
não podendo ser contaminadas pelo vírus das outras. A separação e a doutrina
específica acabam por criar diferenças que logo são absorvidas e moldam a personalidade,
criando trajetórias de vidas opostas, sem permissão de poder abrir as mentes
das crianças para a realidade, num mundo homogêneo e fraterno. É uma cultura
escrava, sem qualquer posição e reflexão da sociedade, apenas com simples
críticas que se perdem no vento
Edson
Perrone